quantos anos se passaram em 2020? quantas vezes dissemos a mesma coisa? os tempos não mudam há tempos e o tempo é por insistência tudo o que temos para onde fomos em 2020? talvez a gente vá para onde a gente é quem sabe a gente seja um grande talvez sem tempo a perder o tempo de sobra o tempo que nos manobra outra vez o mapa cheio de cicatrizes o raio x da caixa torácica o pedido de um minuto olhamos sem ver que nos observam a mensagem e o ruído os flashes e distúrbios a língua seca de voz olhamos sem ver que nos observam a quem foi o aviso em 2020? a terra respira na pausa humana o dano não tem dono desde quem? desde quando? outra pedra preciosa outra bandeira (des) fraudada doença fumaça lucro espingarda qual a lição em 2020? do que valeram títulos? a lama corre e o fogo lambe quem tem muito quer mais grande negócio, grade necrópole a ganância e seus mananciais os séculos desordenados os filhos dos filhos dos filhos o plantio e a colheita olhamos sem ver que nos observam
"Será sempre difícil exercer, de forma ao mesmo tempo nobre e frutífera, a condição de homem de letras sem se expor à difamação, à calúnia dos impotentes, à inveja dos ricos (...), às vinganças da mediocridade burguesa" (Charles Baudelaire) / "Ciranda do céu, rave de tambor" (Baco Exu do Blues)