Enquanto o macaco pula pela sala,
atrapalha a leitura saber que o lustre balança,
atrapalha a leitura saber que o lustre balança,
ora há um brilho perfurante nos olhos,
ora uma sombra penetrante de noite sem lua,
da louça herança de vó hoje cacos,
as notícias tão frescas da ditadura que graça:
hoje aos rasgos,
paisagens bonitas também se quedam,
despencam as molduras,
pinturas dissipam,
a tv enfeite do tempo troca os canais por si mesma,
não obedecem mais as mãos nervosas que tinham por certo o controle,
pois nem quando o transe solene das novelas,
nem as pernas das atrizes,
nem a calma trazida em imagens da selva,
os animais caçam, acasalam, dançam, cagam e andam enquanto o mundo desaba,
os foguetes destroem prédios na Faixa de Gaza,
índios da Colômbia se refugiam em protestos nas ruas de Cáli,
e o Jacarezinho é declarado inimigo de guerra,
a pandemia corre solta e fila por um pico de pfyzer quente só aumenta,
a segunda dose não vem,
já se sabe, ninguém será preso,
não por isso,
o império por trás dos circuitos sucumbiu ao macaco,
quando o aparelho explodiu uma peça de LED perfurou o livro,
cegou a vista,
você não viu,
mas o macaco sorri pra você,
um poema tão longo, profundo,
tão lindo assim,
que me digam: que macaco?
que mundo?
o poema é tudo,
é simplesmente impossível parar de ler...
Um poema para saudar o surrealismo revolucionário de um braso-beat literato, o poeta Dio Costa que hoje (13/05) faz aniversário, evoééé!
Alexandre Durratos
Evoé evoé evoééé!!! ...muita honra escrever (e dar certo...) um poema pensando numa figura que admiro, um poeta de peso, e melhor: um parça mesmo, um guerreiro! Portanto estou aqui pra dobrar a meta EVOÉÉÉ!!! ...último detalhe, os os animais na selva caçam... é o que mostra a tv
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