Primeiro:
volto a fazer um curso de graduação. É na saudosa Faculdade CCAA. Depois de, muito atraso, achar a sala, sento perto da mesa do professor. Tiro uma caneta vermelha do estojo e ouço: "caneta vermelha, na minha aula, não, talquey?".
Depois da aula, entro na rede social e narro o acontecido: "Jair Bolsonaro me proibiu de usar caneta VERMELHA na aula".
E o que mais repercute é: "Jair Bolsonaro dá aula de quê?".
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Segundo:
em algum lugar com muita chuva e frio, estou assistindo o lançamento de um documentário sobre a ditadura de 64-85 no Brasil. Após a exibição, o jovem e descabelado diretor avisa ao público que tem uma surpresa: seu pai, um militar conhecido por ter torturado muita gente naqueles anos, está no recinto e vai responder algumas perguntas.
Aquele senhor de farda imponente e bigode destacado vai respondendo a tudo e a todos enquanto defende suas ideias e atitudes. Eu, com muita sede e o copo vazio na mão, vejo que, para chegar ao bebedouro, teria que passar em frente ao convidado. Levanto e, ao passar por ele, aponto meu indicador em sua direção e grito: "você devia estar preso!". Pego minha água e, ao retornar, vejo que ele me olha como quem olha para o nada.
Fim. Falo com o diretor. Ele diz que não concorda em nada com o pai. Peço um exemplar do doc. "Você não é daqui, né?". Digo que não. Ele me entrega várias cópias do filme e pede para que eu ajude a divulgar o trabalho.
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Sonhos dizem muito.
Dio Costa
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