Pular para o conteúdo principal

Laranja

eu tinha 17 anos de idade e minha intenção com sua filha era a pior possível 
mãos dadas e juras de amor
até o dia que lhe apresentei os canterbury tales de chaucer
os canterbury tales que passolini contou 
contos de fadas, fodas, furtos 
pra nós que estamos fartos
pra nós que estamos fritos
pra nós que estamos férteis
pra nós que estamos fetos 
120 dias de sodoma num relance 
líamos nossos corpos nus nos espelhos dos nossos olhos 
o olho de bataille 

eu flanava no cruzamento dos nossos poros 
ela se prostituía por gramas de bukowski
chupava a laranja da poesia 
a criança de nabokov e o vagabundo das palavras 
hades e caronte ainda nos esperam no consultório 
não temos tempo pra pausas
rasgos na estrada 
banimento dos freios
sirene com cola de sapateiro 
corrupção de menor
versos escritos na falta de ar

hoje ela é um poema que voa sem autoria 




Dio

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

pedido

quais são as chances das bombas que matam não explodirem antes? difícil  aquela estrela cadente  não ser outro míssil  Dio

cores irrenunciáveis

outra Nuvem vaza em movimento  vida que cresce entre raios  legiões a serviço de sei-lá-o-quê portas abertas são bem frequentadas  olhares assustados discordam  bombardeios na cabeça  padrões patrões  o ácido tudo vê  os primeiros passos são grandiosos  como um bolo de aniversário  pessoas reunidas em mais de três  rascunhos e perspectivas caem nas mãos  os dias padecem longos  cabem o futuro e o arcaico o ofício e a festa a mistura bagunça as unidades  invade e fala o comício de alguma coisa  a pergunta na sala de estar  simples e direta ao fim  poção mágica com bruxas sereias  batucadas de indígenas anjos  vício visceral vil  nos fundos do terreno baldio  anúncios de novos calendários  destampam o tempo  folia furiosa antes que acabe o mundo antes que acabe o álcool  só o sistema não acaba  os olhos contemplam a contravenção  o colírio é álibi e cúmplice  m...

não tem

a tia queria comprar bala adivinha qual bala lhe faz feliz? a tia queria comprar bala ela queria comprar bala de anis  a tia perguntou pro moço o moço parecia que era eu a tia perguntou pro moço  e o moço respondeu  - tem bala? - bala de quê? - de anis - anis tia não tem - anis tia não tem - anis tia não tem - bala de anis tia não tem  Dio