Estou de volta a minha antiga casa Já mais velho num tempo qualquer Há festa, pessoas e som alto Giglio e eu conversamos no sofá Ao lado, uma menina não nos dá bola Falo sobre a próxima apresentação do Circunlókios Um lugar em Resende "Seria uma boa", digo Giglio faz cara de assustado e retruca "Você sabe que lá é terreiro da pesada, né? Tem problema?" "Não, nenhum" Giglio levanta Começa a dançar Não a dança de quem sabe dançar Mas a dança de quem está feliz Muito feliz Eu explico "Tem que avisar o pessoal lá, Giglio, que nossa apresentação tem violão e o violão não é só ritmo, mas melodia também e blá blá blá" E Giglio dança E dança E dança E eu explico E explico E explico Um relâmpago se manifesta Giglio para de dançar Eu paro de explicar "Viu? É um sinal", comento Logo vem o trovão Um clarão bem ao lado O vento entra pela janela Varre o que encontra Eu vejo tudo explodir Janelas, quadros, espelhos TVs, celulares, computadores Sou
"Será sempre difícil exercer, de forma ao mesmo tempo nobre e frutífera, a condição de homem de letras sem se expor à difamação, à calúnia dos impotentes, à inveja dos ricos (...), às vinganças da mediocridade burguesa" (Charles Baudelaire) / "Ciranda do céu, rave de tambor" (Baco Exu do Blues)