te quero sim assustado com os olhos esbugalhados perante a afronta das cores vivas um salto na diluição que escorre pelas vielas coletivas como massa explosiva de afetos essa rede que põe desocupados e sobreviventes no colo alternativo e os embala no ritmo das luzes clarividentes comunidade descendo a ladeira do mundo com dilemas e sentidos misturados no passo a frente do passado seguinte te quero assim com aquele olhar de ataque e julgamento cuja pose eugenista caça o pecado embutido por satisfação pessoal entre a vida e a invenção o gosto original pluraliza margens nas quais a perturbação se projeta e não se desculpa te quero em mim babando excludente e inflexivel e tenso com o hábito maldito de respirar no canto dos que gritam ao pé do ouvido do receio te quero enfim sem saber como coreografar a ilusão Dio
"Será sempre difícil exercer, de forma ao mesmo tempo nobre e frutífera, a condição de homem de letras sem se expor à difamação, à calúnia dos impotentes, à inveja dos ricos (...), às vinganças da mediocridade burguesa" (Charles Baudelaire) / "Ciranda do céu, rave de tambor" (Baco Exu do Blues)