copacabana copacabana 24 horas no fio da navalha cinco dias-luz a conta-gotas o apartamento é um cubo mágico à espera do próximo movimento minha janela dilata visões confusas de um lugar solto no mundo os ponteiros na parede giram alucinados por um pouco mais eu preciso descer para alcançar desver é uma tecla nula do painel contatos mediados pelo interfone dos códigos lá embaixo lavam a calçada com sal a encomenda nas mãos de um moleque de treze anos invisibiliza a pronta-entrega satisfação garantida ou sua grana devota copacabana 24 hordas no balanço da maré rolé van gogh sobe o cantagalo na esperança de que pinte alguma coisa ele monta na garupa do Cão e lasca cores vivas nas autorrepresentações sem alma querem arrancar-lhe a orelha e enviá-la como prova do sequestro vai grogue demais para cativeiros carentes de audácia pega o caminho das ondas sinuosas que hablan español vamos embarcar em el bar...
"Será sempre difícil exercer, de forma ao mesmo tempo nobre e frutífera, a condição de homem de letras sem se expor à difamação, à calúnia dos impotentes, à inveja dos ricos (...), às vinganças da mediocridade burguesa" (Charles Baudelaire) / "Ciranda do céu, rave de tambor" (Baco Exu do Blues)