Deixe a águia abortada demonstrar
como ela evitou a flecha
com a ameaça da morte: seus olhos fechados,
suas penas desenvolvidas pela metade.
Deixe-a ensinar quão sábia
foi sua morte prematura, como o caçador
parou só por um momento no caminho estreito
e ele não desperdiçaria seu braço
para esfriar o calor de uma morte rápida.
E deixe os heróis, com suas espadas prometidas,
acreditar na batalha mais escura:
o aço impensado, a velha porém árdua carne,
o impulso e o lamento.
E deixe-os especular
sobre seus esqueletos estilhaçados
indo pelo campo seco da morte,
doloroso, barulhento e frágil.
Então deixe-os lembrar da águia abortada
e dos ossos das aves jovens que não machucam ou mexem.
Tradução: Dio Costa
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